Às vezes olho para o pátio da escola do meu filho e vejo as crianças alegremente a brincar, a correr, como se não houvesse amanhã. Ainda não têm sonhos propriamente ditos, como nós adultos, muitos deles ainda não foram criados, nem desfeitos a seguir.
Aproveitam o tempo que têm entre o horário escolar das aulas.
Uma vez li que para elas o tempo não existe, ou seja para elas é interminável, ao contrário de nós adultos que parece que o tempo nunca nos sobra para o que queremos, e quando damos por ele, já voou.
Damos conta que envelhecemos , por uma ruga aqui e outra ali, ou com o aparecimento dos cabelos brancos ou mesmo pelos sonhos que entretanto críamos em jovens e que não foram concretizados em adultos.
Para elas, as crianças, o mundo está em aberto, cheio de possibilidades e até de sonhos que ainda não sonharam e que virão um dia a sonhar. Aproveitam apenas o que a vida lhes dá.
Já tive inveja desse sentimento, desse começar de novo e de sonhar outra vez; mas uma coisa é certa, os caminhos levar-me-iam pelos mesmas ruas, becos, atalhos e estradas largas ou mais estreitas.
Sentimos que quando crescemos as oportunidades vão-se escasseando, as ruas vão-se estreitando, e os sonhos que tivemos mais jovens não se concretizaram como foram sonhados.
É como se a vida fosse um puzzle que ninguém nos ensinou onde encontrar as peças ou colocá-las no melhor sítio e mais rapidamente.
Quando chegamos à adulto, metade dos sonhos sairam furados, o que significa que será que sonhámos de mais? ou que nem sempre os sonhos correspondem à realidade e não vale a pena sonhar?
Em ambas as situações, podemos sempre aproveitar o melhor dos sonhos, que é como um refresh ou bálsamo que nos vai revitalizando aqui e ali, nas ruas e cruzamentos da vida.