Não há dúvida que sou assustadica.
Quando chego a casa, gosto de sentir o silêncio que nela habita. Gosto de sentir aquela tranquilidade de que está tudo nos sítios certos.
A única " pessoa" que espera por mim é a gata de loica.
E essa é uma paz, está sempre tranquila. A vida para ela não tem sobressaltos como a nossa, o maior sobressalto que poderá ter é: " estou com fome!"
Adiante, mas por coincidência de horários, este ano, quando eu chego a casa, está a minha filha quase a sair e eu nunca me lembro disso.
Esqueco- me sempre.
No outro dia, cheguei, e senti aquele silêncio que me dá alegria e tranquilidade. De repente, irrompe a minha filha da porta do quarto e diz alto:
- OLAAAÁ, MÃEEE!!!
Escusado dizer, que as situações resumidas passaram- se por esta ordem: Grito, palavrão, palavrão e grito.
A minha filha, coitada, com os gritos e palavrões pelo meio , também se assustou. Mais gritos. As duas.
Quem visse de fora, pensaria que éramos as duas lunáticas.
Passado uns dias, após esta situação, repetiu- se a cena outra vez, mas ela coitada, sabendo que sou assim, disse o " Olá, mãe" mais baixo, não fosse eu ter novamente a crise do grito/ palavrão.
Resultado: tudo igual.( eu não disse que era esquecida?) Mas o aparato foi menor, desta vez.
Agora, quando chego a casa, rodo a chave muito devarinho e ao entrar pergunto por ela.
( não vá apanhar outro cagaco!)