Corremos contra o tempo, contra as inúmeras tarefas do dia a dia e pouco tempo nos resta. Queremos viver sempre noutro lugar, estar onde não estamos, a viver de outra maneira, e a gastar o que não temos ou podemos.
Resta-nos os lamentos, os sonhos e a frustração.
Começo por : porque não haveremos de estar onde devíamos?
Se calhar é esse o nosso ponto de partida.
Porque é que devíamos estar noutro lugar?
Porque é nesse preciso lugar que vamos aprender para ir para o seguinte. Se não passarmos por esse, não vamos para o seguinte. Quer queiram quer não, isto é parecido com o " Jogo da Glória", tem que se rodar o dado , e andar o número de casas correspondentes. De vez enquando, lá nos aparece o pássaro e andamos um pouco mais, mas só quando houver condições.
Fazemos as tarefas infindáveis, mas esquecemos de nós, a peça mais importante do puzzle, ficamos com o tempo remanescente. E isso é que é vida? Depois não me admira que andemos todos a querer férias e escapes para fazer face ao que não conseguimos fazer ao longo do ano.
Parar é importante. Pensar, estar fora da bolha que criámos para nós mesmos. Ver outras paisagens, mesmo que não sejam as melhores. Fazer o melhor que pudemos, com o que pudemos, naquele momento.
Isso é enfrentar o momento presente e não viver do passado e sonhar com o futuro que ainda não existe.
Pormo-nos em primeiro lugar, sem sermos só egoístas é que a vida ganha sentido.