A minha mãe tornou-se a minha melhor amiga
Março 16, 2018
gatodeloiça
Quando somos crianças os nossos pais são o centro do mundo. São os modelos e queremos copiá-los. queremos ser amados por eles, sendo a coisa mais importante do nosso mundo de criança. Apenas o seu amor nos basta.
A mãe é sempre aquela figura que quando somos pequenos é tudo para nós, quem tem uma mãe tem tudo, costuma dizer-se. Estamos próximos dela e ela de nós.
À medida que vamos crescendo, o mundo começa a interessar-nos e muitas vezes substituímos a relação com a mãe, pelos amigos ou namorado. A mãe passa a ficar para segundo ou terceiro plano.
Há indubitavelmente um afastamento crescente, decorrente da idade e do tempo que vai passando.
Talvez quando crescemos ainda mais, e temos os nossos primeiros filhos, volta a haver uma proximidade, talvez na semelhança de sermos filhos e pais também, aí já nós fazemos o papel de pais, que até então nunca tínhamos feito e aí começamos a experienciar o mesmo que eles já experienciaram há umas décadas atrás. Mas embora a relação fique mais próxima, às vezes não vai além das conversas sobre os netos, fraldas e biberões, birras e outras coisas.
Porém às vezes é preciso haver uma crise, uma situação qualquer que ponha tudo em perspetiva e que havendo mais ou menos consenso, há naturalmente mais ou menos proximidade.
Mas às vezes é preciso construir de novo, partir de novos começos e reconstruir a nova relação.
Já não somos crianças, já somos adultos, com vida própria.
Mas o engraçado, há elos que nunca se quebram, mesmo saídos das cinzas, e sabemos que sim são essas as pessoas que nos acompanham e que nos apoiam, mesmo não concordando em tudo.
Aí sabemos que o amor de mãe é para sempre, mesmo que estejamos próximas ou nos afastemos, mesmo que passe muito ou pouco tempo.
Quando chegamos à idade adulta, a mãe já está velhota, mas talvez seja nesta diferença de idades que conseguimos fazer um upgrade de todo o tempo passado e a relação volte a ser o que era.